quarta-feira, 20 de junho de 2012

Diário de Bordo #26 – Resumo de Maio


(Brisbane – Queensland)

Ficamos sem mais um companheiro na casa. E antes do Jorik ir embora, resolvi cozinhar um ultimo jantar em sua homenagem pra que ele pudesse ter uma boa lembraça dos seus housemates quando tivesse de volta na Holanda.
Daí entra uma moça muito figura, a Silvia. Não conseguia parar de rir de mim e da Gra e quando a gente disparava a rir, ela não aguentava e tinha que ir correndo pro banheiro fazer xixi de tanto rir.
Como a casa não dormia antes de 1 da matina e a Silvia é uma pessoa muito zen, não conseguiu seguir nosso ritmo e saiu em menos de duas semanas. Hahaha! A gente é foda!
Acreditei que as coisas no restaurante pudessem melhorar, pois começaram a me pedir pra fazer mais coisas e também pra comprar um abridor de garrafas, além do dono ter me perguntado se eu sabia trabalhar como bartender. Bom, como meu pai teve um bar e eu trabalhei com ele um ano inteiro e fazia coqueteis e drinks, sabendo a receita, estaria tudo tranquilo, uma vez que não precisava ficar jogando garrafas pra cima e ficar fazendo flair.
Porém, algumas coisas começaram a ficar meio chatas. De uma hora pra outra a gerente começou a me tratar de forma diferente e não me dizia ‘oi’ mais, era mais ríspida e só sabia reclamar. Comecei a achar que eles estava estressados por alguma coisa.
Como eu estava trabalhando no bar com outros dois bartenders, um cara e uma garota, que eram completamente retardados; não sabiam o que faziam, conversavam o tempo todo, folgavam nas minhas costas e não ajudavam hora alguma, acreditei que eles começaram a reclamar, uma vez que eu dizia não varias vezes pra eles. Aqui tem muito australiano assim. Eles podem dizer não, mas se ouvirem um não ficam P da vida. Comigo não! Não sou escravo de ninguém aqui.
Em consequência, passei a conversar mais com os meus verdadeiros amigos dentro do restaurante e que já haviam trabalhado em hospitalidade e serviços anteriormente e em outros países. Conclusão foi que ali, naquele restaurante, estavam fazendo muita besteira. Principalmente na gerência. O pessoal só queria saber de beber nas costas do dono, dar bebida de graça pra alguns clientes e o dono que é mais bobo ainda, nem sabia o que estava acontecendo.
Pelo que eu estava vendo aqui como as coisas aconteciam, parece que o sistema de serviço australiano em hospitalidade é resumido em “pressa”. Se você não fizer nada com pressa não é um bom serviço. Isso é muito idiota. Pois colocavam toda a equipe em stress e todo mundo começava a fazer bobagem.
Até que determinado dia, depois de tanto me encherem o saco e se acharem o máximo, resolvi sair no meio do trabalho sem dar nenhuma satisfação. Vim aqui pra estudar ingles e ter uma experiência bacana. Não acho que precisamos ficar nos sujeitando a má educação e super auto-estima de certos australianos. Principalmente porque eu sabia que eu fazia um trabalho excelente e que se eu não estivesse fazendo ou se eu parasse de fazer, o trabalho no bar ia virar uma bagunça. Daí, se acham que era tão fácil ou que eles não precisavam mais de mim, talvez devessem sentir um pouco como seria contar com o trabalho e não ter alguém bom o suficiente pra faze-lo. Deve ser por isso que a rotatividade de funcionários no restaurante é tão alta. Acho que gostam de gente que não trabalha. Por isso. Saí fora!
Mas, de tudo o que acontece por aqui na Austrália, tem sempre algo melhor que no Brasil. Um exemplo é o fato de que determinadas construções que necessitam usar parte da rua ou até mesmo interrompê-la são feitos à noite, quando o tráfego é bem menor ou quase nulo. Uma coisa muito inteligente e que o Brasil deveria aprender e usar com eficiência. Determinadas coisas me dão até vergonha. Pois me lembro do tempo que ficava parado na avenida Cristiano Machado enquanto estavam construindo o elevado Jacuí.
Porém tem seu lado ruim também se você está na vizinhança pois fizeram um barulhão danado pra poder montar o festival da Caxton Street que é na esquina da minha casa. Rolou festa o dia todo neste dia de domingo de festival. Muita comida, bebida, shows, competições….mas só vi em foto que a Jéssica e a Alice me mostraram, pois como fecharam a rua e eu tinha que trabalhar, tive que dar a volta no quarteirão pra poder ir pro trabalho. Foda!
Falando em festival, eu e a Haryella fomos no aniversário do Budah. Fizeram um festival em South Bank que comemorava o aniversário do Budah e mais sobre costumes asiáticos. Muito legal poder ver algumas danças típicas, roupas e a própria cultura.
De um festival pra outro, fui com a Rachel pro festival Grego, que estava rolando em South Brisbane, em frente ao Clube Grego que trabalhei no ano passado e comentei sore casamento grego e tudo. Muita comida e danças típica também, só que grego não é como asiático, então, dessa forma, também muito mais barulhento. Hahaha!
Bom, nesse meio turbulendo de final de abril e maio tive que voltar a estudar de acordo com o meu visto. Daí, depois de ter faltado dois dias na nova escola, a Viva, que também fica na cidade, começo a estudar num novo curso, o IELTS. Não tenho nem muito pra falar, apenas: CHATO PRA CACETE. Só fiz pois antes de vir pra cá tinha escolhido este curso pra fazer, mas que durante meu tempo na Browns, acabei optando por fazer o Cambridge. O IELTS só serve pra quem quer fazer o teste que leva o mesmo nome e que é o mais importante caso você queria estudar em universidade na Austrália ou entrar com pedido de cidadania/residencia junto ao departamento de imigração australiano. Se não….nem chegue perto. Chato. Muuuuito Chato! No entanto, a escola tem uma estrutura muito bacana e ótimos professores. Mas como fiquei muito pouco tempo, não tenho muito mais pra comentar.
Num dia em que estava de folga e puto com o trabalho, resolvi tomar umas com meu amigo Valério, que era o Bar Manager do Cabiria, o bar que fica ao lado do restaurante que eu trabalhava e que é do mesmo dono. Fomos beber umas e falar mal do trabalho, pois ambos estávamos putos da vida. Quando disse a ele que eu estava de mudança pra Sydney, o mesmo se empolgou e disse que estava com esta idéia, pois estava ficando cheio de trabalhar num lugar onde o próprio dono não está nem aí com o negócio que tem. Então, pra comemorar, resolvemos festejar no Down Under. Combinamos que conversaríamos mais sobre o assunto e que começaríamos a olhar as coisas pra acharmos um apartamento em Sydney além de trabalho e contatos.
Tive uma experiência muito ruim que não desejo pra ninguém que está longe da família. No mês de maio, enquanto vârias coisas estavam acontecendo comigo e planejando as coisas pra ir pra Sydney, recebi a notícia de que meu padrinho havia falecido. E a pior parte é quando nunca estamos esperando receber uma notícia dessas. Estar ou não no Brasil não iria mudar nada no acontecido. Mas estar longe da família e não poder dar um abraço, poder falar com a família, dizer e ouvir palavras que pudessem confortar, é muito ruim. Fiquei muito mal por não estar por perto. Isso eu não desejo pra ninguém.
Logo mais tem mais.

See you!

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