quarta-feira, 25 de abril de 2012

Final de Campeonato

Final do campeonato Australiano de Futebol. Brisbane Roar vs. Perth Glory. Essa parada foi do lado aqui de casa no último domingo. Acordei com as duas torcidas cantando e provocando uma a outra. Só aqui mesmo pra numa final de campeonato as duas torcidas passarem uma em frente a outra e nada de briga acontecer. Ahhh se isso fosse no Brasil!!!

Minha vigésima quarta semana na Australia: Não sei nada sobre Camping


(Brisbane – Queensland)

Diário de bordo 24

Eu achei que eu já estava melhorando das minhas zicas, quando na segunda-feira eu acordo com uma dor na axila. Negocinho chato que ficou me incomodando o dia todo.
Bom, como era feriado aqui na segunda e eu também não teria que trabalhar visto que o restaurante não ia abrir, eu estava pra ir pra Gold Coast, mas…como o Cesar Benitez havia descoberto o meu plano e da Helenita para fazer um churrasco surpresa pra ele, chamando os amigos de Brisbane, ele me ligou agradecendo, falando que tinha descoberto e que, por mais que a intenção era boa, que ele preferiu dar umas voltas em Gold e faze uns passeios com Helenita. À noite ele me convidou pra ir pra Moreton Island com mais uns amigos, como forma de comemoração do aniversário dele. Como o tempo estava bom e minhas férias estão pra terminar, topei fácil. Bora!
Bom…eu ainda não estava 100% da gripe e ainda tinha um fé dazunha de um cabelo incravado na axila que ficou me apurrinhando o tempo todo, resolvi ficar em casa na terça, passando e tomando remedios pra poder me recuperar e aproveitar bem a ilha.
Na terça a tarde fiquei no skype com o Cesar planejando a viagem para Moreton. Descobri que seria acampamento e que precisava levar barraca e comida. Tive que descobrir algum amigo que tivesse barraca pra emprestar ou encontrar alguma barata. Foi então que me lembrei que a Andressa tinha me falado que comprou uma e usou no feriado da páscoa. Liguei na hora e já fui logo abusando e pedindo emprestado.
Marquei de ir na casa dela à noite pra poder buscar a barraca antes de ir pro churrasco na casa da Mélanie.
Era um churrasco sem compromisso mesmo, uma vez que quando não temos muitas coisas pra fazer, ficamos entediados. Sei muito bem como é que a Mélanie estava se sentindo quando marcou esse churrasco, pois sem muitos compromissos e não tendo mais tanto ambiente social como ir pra aula, as coisas ficam chatas, ainda mais porque não vemos mais nossos amigos todos os dias.
Assim sendo, foi um churrasco tranquilo e com poucas pessoas, mais pra poder papear e sair um pouco de casa. No final, eu tinha que acabar voltando cedo pra casa uma vez que eu tinha que acordar no dia seguinte, arrumar minhas coisas e ir pro ponto de encontro pra poder ir pegar o barco pra ilha.
Como eu tenho o sono muito pesado, eu estava preocupado em não conseguir acordar, pois meu despertador tem hora que não faz efeito algum em mim. Daí, em um determinado momento, acordei no susto. Achando que fosse umas 10h da manhã já. Olho o meu celular e a bateria dele tinha acabado. Putz!!! Perdi a viagem. O César deve estar me ligando igual um louco e não consegue falar comigo. Vai ficar muito puto. Pensei tudo isso em menos de 15 segundos. O tempo de ligar meu computador e descobrir que eram apenas 8h50. Ahh…….!!!! Relaxei….
Arrumei as coisas com calma, fui pra estação, parei na outra estação onde era ponto de encontro, e….. cadê o Cesar? O cara que sempre me enxeu o raio do saco porque eu estava sempre atrasado era o que estava mais atrasado este dia. Deixou todo mundo pilhado, pois no bilhete da passagem do barco dizia que a gente tinha que estar meio dia lá. Já eram 12h e ele ainda não tinha chegado.
Quando ele chegou às 12h15, saímos correndo no carro do Nacho igual doidos. Mas chegamos a tempo. Ufa!!!
Mas lá chegando, ouvi o pessoal falando de quinta-feira, que ia dormir e voltar sexta…”Peraí?”, falei. “A gente não vai voltar amanhã?”. Daí o Cesar veio me dizer que falou comigo na segunda que a gente ia dormir 2 noites. Putz!!! Eu tenho que trabalhar na sexta. Mas me tranquilizaram pois o Nacho e a Coty também tinham que voltar e todos voltariam no mesmo carro. Ufa!!! (De novo)
A paisagem saindo de Brisbane e indo pra ilha é muito bonita. E o dia estava lindo. Na hora que chegamos no meio do caminho deu uma marola de leve e as meninas ficaram meio enjoadas. Mas se ficar olhando pro mar ou pra um ponto fixo muito próximo, dá um enjoo de leve sim.
Chegamos e ilha e vimos que nossa área de camping é bem em frente a uns navios atracados.
Era hora de montar acampamento e aproveitar um pouco a praia antes de o sol se por.
Não deu pra ver muito bem o por do sol por causa de algumas nuvens que o escondia, mas mesmo assim foi muito bonito.
Voltamos pro acampamento pra fazer nossa janta. Na verdade, quando vi que o Nacho e a Coty foram tirando panelinhas dobraveis, fogãozinho portátil, garfos, facas, colheres, pratos e copos, carnes, legumes e tudo o mais, além de duas barracas que já tinham montado, a deles e outra pro centro do acampamento, percebi que só minha latinha de atum, um pacote de tim tam e outro de wraps não ia fazer efeito algum. É…sou apenas um amador na arte de acampar. Ainda bem que estavamos bem acompanhados com profissionais. Mas o mais importante e que salvou a gente foi meu canivetinho suíço! Uhuu!!
No entardecer, interagimos com um jogo espanhol, cerveja, rum e coca-cola. Não eram nem 22h e já estavamos mais pra lá que pra cá, rimos muito e ainda fizemos amizades com vizinhos de camping. Mas nem vimos a cara deles direito pois estava escuro e no fim começou a chover.
Bom, eu, como amador na arte de acampar, não tinha levado nada para colocar no assoalho da barraca pra poder ficar mais macio. Daí, dormi sem nada mesmo. Inclusive sem barraca de dormir. É sério. Sou muito amador!
Pela manhã, vi que estava claro e como me virava muito por causa do chão duro, ouvi que tinha um bicho do lado de fora do acampamento. Não faço a menor idéia do que fosse. Deu pra perceber que ele andou um pouco pelo acampamento e que rodeou as barracas. Quando chegou na minha, percebi que cegou bem perto da minha cabeça e estava cheirando. Eu já estava com meu canivete na mão, aberto e pronto pra qualquer coisa. Até que….. o bicho foi embora. Dormi de novo.
Após os profissionais de camping fazerem um excelente café da manhã com direito a ovos mexidos e chá, fomos até o Tangalooma Resort, que é o único hotel da ilha e base para os turistas que vêem conhecer, ainda de ser base dos biólogos que tratam e cuidam dos animais da biodiversidade existente na ilha e na água ao redor da ilha.
Vimos uma apresentação sobre um pássaro típico daqui, que parece uma águia, e que a bióloga etava alimentando ele no momento.
Muito legal, pois ele pegava o peixe no ar e levava para o ninho, onde ficam os filhotes e a fêmea.
Foi a primeira vez também que vi pelicanos. São enormes e parecem bem pesados, pois não conseguem voar por muito tempo. São bem medrosos, pois toda vez que a bióloga jogava peixe pra eles e outros pássaros vinham perto, eles corriam. Muito engraçado.
Em seguida, formos curtir um pouco do sol na água cristalina da ilha.
E antes de voltar pro acampamento pra fazer nosso almoço, fui procurar preços de passeios de quadriciclo e as trilhas, mas o pessoal estava muito mais a fim de ficar por ali do que se aventurar ilha a dentro. Como eu estava de companhia, resolvi abortar as idéias e me entreter com a galera mesmo.
Depois do almoço e de um cochilo merecido, voltamos para o Tangalooma pra poder ver a alimentação dos golfinhos. E não são golfinhos em cativeiro. Eles simplesmente aparecem perto do deck em frente ao Tangalooma e os biólogos os alimentam.
Chegando lá vi que tinha algo na água. Quando perguntei o que era, uma das biólogas disse que era uma espécie pequena de tubarão. E estava ali, bem próximo de onde a gente tinha se banhado mais cedo. Coisa de uns 100 metros. Eita!
Em seguida vi que tinha mais um outro tubarão. E depois uma tartaruga. Quando de repente aparecem dois golfinhos. Muito bacana! E são enormes. Tinha muita gente pra ver isso. E antes da alimentação, cuja a plateia pode participar, começar, aparece o terceiro golfinho. Foi legal ver assim ao natural e saber que não estão presos e sim em seu habitat natural.
Quanto estávamos voltando pro acampamento, que era em media uns 25 minutos de caminhada do Resort, começa a chover. Fomos correndo pra não molhar muito. Quando a chuva cessou, foi hora de preparar a janta. O que foi a conta de jantar e ir pra barraca antes de começar a chover de novo.
Sexta-feira, café, desmontagem de acampamento, curtir os últimos minutos de praia e bora pra casa pois todo mundo tinha que trabalhar. Acabou a vida mansa.
Foi a conta de chegar em casa, tomar um banho, arrumar umas coisas, comer algo e ir pro trabalho, pois a partir dessa sexta, começaria uma hora mais cedo.
Depois do trabalho ainda tive que ficar fazendo uns contatos em São Paulo, pois estava tentando algumas coisas pro Rob, meu possível futuro chefe aqui na Austrália. E eu já estava morto depois de uma sexta-feira que havia começado cedásso. Mas nada melhor que ter um colchão pra dormir. Putz!!!
E a semana terminou com um after após o trabalho. Aonde? Na casa dos gerentes do restaurante. Hahaha!!!
Como a galera estava animada e ainda queria mais farra, o que eu podia fazer era acompanhá-los.
Minhas férias estão acabando.

See you!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Moreton Island: Na Costa de Brisbane

Em frente ao Tangaloma Resort na Ilha de Moreton. Água transparente, cheio de peixes e ainda descobri que à noite, neste mesmo lugar, tem alguns tubarões que costumam aparecer. Mas aparecem golfinhos e tartarugas também.


Navios atracados em frente ao acampamento que fiquei hospedado. Ainda com mais peixes e uma pequena barreira de corais por ali. Sempre tem grupo de pessoas fazendo snorkeling por lá. Bonito de mais!



Minha vigésima terceira semana na Australia: 4 Casamentos e 1 Despedida


(Brisbane – Queensland)

Diário de bordo 23

A minha tosse persistia e eu não conseguiu parar de tossir. Tive que ficar em casa pra poder me recuperar pra poder ir trabalhar, pois, a final de contas, alguém tem que pagar as contas.
Como fiquei em casa e estava em recuperação, fiquei o dia todo no computador. Daí vi uma mensagem no meu e-mail que fiquei muito feliz. Era o convite de casamento de dois grandes amigos meus de BH. Mesmo sabendo que eu não vou poder comparecer, eles fizeram questão de me enviar o convite. É bom saber que mesmo longe ainda temos amigos que nos querem por perto.
Daí, percebi que não tinha sido só o primeiro, mas seria o quarto casamento do ano. Não necessariamente na mesma ordem, mas no total de 4 casamentos de grandes amigos meus eu estava para perder este ano. O que me deixou um pouco triste, pois vou perder a festa. Hahaha!!! Brincadeira. Queria poder comparecer neste momento importante desses meus amigos. Daí me perguntei mais uma coisa também: “Quem vai vender a gravata dos noivos?”.
Terça-feira depois de ter trabalhado ainda gripado na segunda-feira, era hora de tomar um sol no nosso piscinão de ramos bem frequentando, South Bank. Era hora de sair de casa um pouco e tentar melhorar.
Em seguida fui até o Beach House pra poder comer alguma coisa e ter um pouco de vida social novamente. Só pra ver gente. No final, antes de ir embora, encontrei o brasileiro que trabalha lá e perguntei pra ele se ele havia encontrado minha jaqueta que eu havia perdido. Não sei se contei isso, mas no meu ultimo dia de aula, que tinha ido no Beach House com a turma, acabei esquecendo minha jaqueta na cadeira, e apesar de ter ido lá depois pra tentar recuperá-la, não tinha nada por lá parecido com a minha jaqueta. Daí, deixei pra lá. Por um tempo, pois uma das coisas que odeio é perder roupa. Ainda mais eu que não sou de comprar muito.
Assim sendo, quando perguntei pro Gabriel se ele havia visto ou se tinha alguma chance de alguém ter visto, adivinha??? Estava lá!!! Oooo maravilha! São Longuinho é um santo mesmo.
No dia seguinte, ainda doente, como não tinha muitas coisas pra comer em casa e não fiz compras, resolvi ir no restaurante que trabalho, que é do lado de casa, pra poder jantar por lá. Na verdade seria uma boa pra mim, pra conhecer um pouco mais do cardápio, uma vez que sempre tem algum cliente que me pede pra dar alguma sugestão. E também porque eu poderia convidar alguém pra ir comigo, bater um papo e ainda pagar só 50%. Hahaha! Comer num dos melhores restaurantes de Brisbane e pagar só a metade é bom de mais! E além do que tive a presença ilustre da minha mais nova vizinha, a Rowena. Que por sinal mora numa casa que mais parece uma pousada: 11 quartos, 2 cozinhas, uma sala de tv imensa, piscina… Quem me dera ter descoberto essa casa antes.
Quinta-feira, apesar de ainda não ter melhorado, fui em mais uma despedida. Agora da Patty. Mesmo esquema: churrasco no Roma Park, pós festa na casa de alguém, chegando tarde em casa. Mas vamos aos detalhes.
A Patty chamou todo mundo pra ir pro churrasco às 6h30. Óbvio que como todo brasileiro eu só cheguei uma hora depois. Chegando lá, cadê a Patty? Descobri que a menina estava fazendo uma tatoagem enquanto o churrasco estava rolando. E o pior!!!! Ela estava fazendo dentro do apartamento em frente ao Roma Park. Achei um pouco estranho, mas como a menina é meio maluquinha mesmo, resolvi ir interagindo com a galera antes dela chegar. Daí ela me chega no final da festa, quase antes dos seguranças colocarem a gente pra fora, de novo. Resolvemos ir pro 113 (apartamento onde rolam todas as prés, pós, durante e mesmo sem motivo algum) e extender a despedida por lá. Como eu e a Erin estávamos com fome, fomos comer antes de ir pro 113. Foi quando eu vi que todos os bares já estavam fechando, pois já se passava da meia noite, e como era véspera de feriado, os bares aqui são obrigados a fechar as portas e ninguém pode vender bebida alcoólica mais. Então, vi uma galera insandecida na rua caçando taxi pra ir embora. Nego se jogando no meio da rua. Como todos os lugares fecharam, todo mundo queria ir embora ao mesmo tempo. E parece que os Australianos, só porque era proibido beber depois da meia noite, resolveram encher mais ainda a cara o quanto aguentassem pra poder ficarem loucos antes da meia noite. É incrível como às vezes o comportamento deles é, às vezes, bem estúpido.
No 113 rolou o normal de uma festa de despedida. E como é sempre bom dar uma força pra galera que tá indo embora, fiquei de ir com a Patty até o taxi antes dela ir pro aeroporto. Sempre ruim ver a galera partindo.
Depois que deixamos a Patty no taxi, recebo uma ligação da Mélanie falando que ainda estava animada pra fazer alguma coisa. Daí me chega ela e a Júlia. O jeito era voltar pro 113. Mas aí a festa já estava quase no fim e só nos restou ficar por 30 minutos e depois caçar rumo de casa. Já estava ficando claro.
Na sexta, parecia que um furacão passou no restaurante. Não tive tempo pra beber água. É sempre assim em feriados e dias de jogo. Mas só trabalhei por quatro horas, pois era feriado e só era permitido vender bebida alcóolica se acompanhada de alguma refeição e sentado, apenas até as 21h.
Aqui na Austrália eles levam muito a sério esse esquema de bebida. Acho que pelo fato que eles se conhecem e sabem que os Australianos gostam bem de uma confusão quando estão muito bebados.
No sábado foi um dia de trabaho super tranquilo, pois acho que tinha muita gente fora da cidade, pra passar páscoa com família e aproveitar o sol que tinha voltado há umas semanas.
Tanto que no domingo, enquanto eu estava em casa, esperando pra trabalhar e me arrumando pra dar um pulo na igreja pra poder agradecer, rezar e conversar um pouco com Papai do Céu, me ligam cancelando. O que é foda! Pois ficar esperando pra trabalhar e ser cancelando sendo que você conta com aquelas horas pra poder aumentar seu pagamento e poder fazer umas coisas a mais…. Poxa!!! Mas… é a vida.
Daí, o jeito foi ir pra igreja direto. Chegando lá,…, FECHADA! Nunca vi igreja católica fechada em dia de Páscoa. O jeito foi conversar com Deus do lado de fora da igreja mesmo.
Por final, antes de mais um dia de feriado que estava por vir, pois aqui na Australia a segunda-feira após a Páscoa também é feriado, combinei de me encontrar com a Erin e o Mark, professor, pra poder bater um papo e, pra mim, praticar o meu ingles.
Feliz páscoa!

See you!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Minha vigésima segunda semana na Australia: Gripe Oceânica e Visto Renovado


(Brisbane – Queensland)



Diário de bordo 22


Lembra quando comentei outra vez que tive um dia de rei? Acordei com outro dia de rei.
Após ter chegado do trabalho no domingo a noite e ter feito uma conferência com minha família via skype enquanto eu cozinhava algo pra eu comer, não sei se prestei muita atenção nas datas de validade dos alimentos. Na verdade, não prestei atenção nenhuma, pois acordei mal pra caramba. Tanto, que nem consegui trabalhar na segunda.
Esse é o problema de ter que gerenciar tantas coisas sozinhos. Temos que saber ate o que compramos e criar vergonha na cara na hora certa pra poder jogar fora e não comer comida estragada. FODA!
Como eu ainda estava esperando o meu visto chegar, eu precisava já dar um jeito em uma nova situação: meu vôo de volta. Como o meu vôo estava programado para o dia 27 de março, eu precisava transferí-lo ou conseguir outro bonus qualquer pra não perder a passagem. Como eu estava pedindo o visto pra mais nove meses e isso passaria mais de um ano desde que cheguei aqui, eu perderia o prazo de remarcação. Daí, depois de muita conversa que a Alice teve com o atendente da Qantas, perdemos a paciência, pois tem horas que eu acho que esse povo daqui não sabe pensar ou agir de forma mais eficiente. Mandei a p*** que p**** e resolvi ligar o foda-se. Nova meta agora é achar outro vôo que me leve de volta ao Brasil. Agora era só esperar o meu visto chegar pra poder programar meu retorno.
Como o tempo melhorou desde sexta-feira anterior e meus dias de folga estavam por vir, o melhor que eu tinha a fazer era programar mais lugares pra visitar, uma vez que eu já estava com a minha máquina fotográfica nova na mão e os dias prometiam ser de tempo aberto e muito sol. Maravilha! Porém…
Como fiquei mal a segunda-feira toda, eu passei mais tempo entre cama e banheiro que qualquer outra coisa. Por isso, acabei dormindo nesses intervalos. Não consegui dormir à noite e só fui apagar novamente às 6h da matina. Acordei as 14h e resolvi sair de casa e curtir o resto de sol que me sobrava. Fui me encontrar com a Mélanie pra gente tomar um café da tarde, pois havia um tempo que não nos víamos e visitar o pessoal da Browns, pra ver se ainda tinha alguém que conhecíamos por lá. O que constatei que ainda havia pessoas conhecidas, mas a grande maioria é de novos estudantes. E adivinha o que tinha mais? Não. Não eram brasileiros. Eram Asiáticos! Eles aparecem em progressão geométrica.
Saímos da Browns e foi de companhia com a Mél até a casa dela, pois havia resolvido dar um passeio. Há muito tempo não fazia um tempo bom desse jeito. E tomar um ar fresco depois de ficar 5 dias em casa e trabalhando era muito melhor que passar mais um dia sem fazer nada em casa, apesar de ainda estar em recuperação do dia anterior.
À noite, uma confraternização de leve entre housemates: eu, Jéssica e Jorik. Uma vez que não temos a casa do mesmo tamanho que tínhamos antes, o melhor a fazer é ir pra porta de casas, onde é cheio de bares e restaurantes. Uhhuuuu!!!
Tentei dormir novamente e não consegui. Tanto que fiquei acordado a madrugada toda e vi o sol nascer novamente. Daí, resolvi que ia pra Mooloolaba. Além de ir pra conhecer uma nova praia em Sunshine Coast, costa que ainda não explorei muito bem, faria uma visita às minhas duas novas amigas, Soledade e Haryella, que em breve será housemate também.
Mandei mensagem pra elas e parti cedo pra lá. É ótimo que o sistema de transporte publico aqui funcione, mas pra chegar lá demorou bem um bocado; umas duas horas de trem. Mas, valeu a pena, pois o lugar é alucinante de bonito. Me lembrou bem umas praias de interior no Brasil, onde tem uma parte comercial bem pequena, ruas largas, grande espaço entre as casa, área verde preservada, enfim… bem cara de interior mesmo.
Passamos por Maroochydore e fomos até Alex Head Beach, onde rola mais picos pra surf. Mas, não pratiquei dessa vez não. Fiquei só na area mesmo conversando e tomando um sol.
Em seguida fomos dar uma caminhada por Mooloolaba. Vi que na beira da praia tem várias áreas para churrasco. Assim como já comentei em outros diários de bordo que em Brisbane temos parques com áreas para churrasco e a gente tem um que usamos muito, lá em Mooloolaba eles têm na praia. Puxa!!! Outra vida!
E pra finalizar o dia de praia, fomos tomar uma cerveja num barzinho perto da Marina, onde ficam vários barcos dos moradores da cidade.
Apesar das meninas tentarem me convencer de ficar por lá pra poder sair à noite em Sunshine Coast, eu precisava voltar pra um churrasco que já estava programado em Brisbane. Então, peguei um dos últimos ônibus que saia de lá à 18h50 direto pra estação com o ar condicionado ligado no máximo. E essa hora já não estava calor mais. Não entendi o porque de tão frio dentro do busão. Cheguei na estação e o próximo trem só sairia em 1h40. Daí descobri que tinha outro ônibus que sairia em 10 minutos e levaria até outra estação. Mais um ônibus com ar condicionado no máximo. Nem com minha blusa de frio estava adiantando. E como eu estava virado sem dormir, eu apagava em cada ônibus que eu tinha que entrar. Daí, quando chegamos na outra estação, o motorista me acordou e disse que eu tinha que descer ali. Nesta estação eu tive que esperar mais 40 minutos para que o próximo trem expresso passasse e me levasse até a estação do Roma Park, onde estava acontecendo o churrasco. Dormi de novo, mas não perdi o ponto. O trem, apesar de quase vazio, também estava com o ar no máximo. O QUE ESTA ACONTECENDO COM ESSE POVO??? De onde tiraram esse calor todo, gente?!
Resultado: desci em Brisbane com uma garoa de leve e minha voz quase sumindo. Quando cheguei no churrasco, que quase todo mundo já tinha ido em bora, não tinha jeito de ficar sem conversar, né?! Quando cheguei em casa eu esta sem voz nenhuma. Só conseguia me comunicar sussurrando.
Depois disso, fiquei gripado e só conseguia saber de tossir.
Acordei e vi que tinha uma mensagem nova no meu e-mail. VISTO RENOVADO!!!! Aeee!!!!! Mais nove meses na Australia. Programação nova, novas aventuras, novas experiências, mais novas amizades, TUDO NOVO! Brasil, te vejo de novo em Dezembro.
Ainda na quinta-feira, como eu tinha combinado de ir pra Gold Coast pra visitar o Cesar pra sair com ele e sua namorada Helenita, na quinta-feira, e dormir por lá, eu tentei ficar melhor. Mas a semana não estava a meu favor no quesito saúde. Foi então que tive que ficar em casa, repousar, pois a final de contas, na sexta a labuta ia começar de novo. O trabalho me chama e eu precisava de mais grana, uma vez que já não tinha trabalhado na segunda.
Como fiquei muito tempo em casa, tive tempo pra ficar pensando em várias coisas. E a primeira delas foi sobre o fato de que muitas pessoas às vezes escolhem vir pra cá ou fazer uma viagem como esta com mais alguém de companhia. O que é ótimo pois sempre sentimos falta de casa, dos amigos e principalmente da família. Ter alguém conhecido por perto é ótimo. Mas eu escolhi vir sozinho, ter minhas experiências e aprender a me virar por mim mesmo. Fiz ótimos amigos sem ao menos ter alguém pra servir de intermédio. Claro que aos poucos os intermediarios vão surgindo. Mas não poderia ficar me poupando de continuar fazendo coisas por mim mesmo sem esperar ajuda ou companhia, sendo que fui eu que escolhi vir sozinho e muitas das vezes estarei sozinho para fazer determinados passeios. Então, o melhor a fazer é relaxar, melhorar e aguardar pra poder aproveitar e planejar minhas novas atividades.
Uma outra coisa que estava me intrigando era o fato de que várias pessoas, brasileiros, haviam me perguntado se sou Carioca. É claro que quem perguntou isso não era do Rio. Até porque eu sei que não tenho sotaque carioca. Mas foram várias pessoas perguntando sobre isso. Fiquei de cara. Pensei: ‘Será que estou perdendo meu sotaque Mineiro?’. Poxa…isso seria um absurdo! Pois tenho maior orgulho do meu sotaque. Até que me disseram que quando estamos aprendendo uma nova língua e acabamos por mudar um pouco a entonação das nossas vozes pra poder aperfeiçoar a pronúncia de determinadas palavras, vamos mudando um pouco a forma de comos falávamos em nossa língua materna. Bom…pode ser pura conversa fiada ou realmente isso acontece. Só sei que quando eu voltar vou ter que fazer um intensivo de Mineirez novamente.
E no final de semana, como eu estava me recuperando da gripe, não fiz nada de novo. Só trabalho, cama e cobertor.
Próximo Diário de Bordo tem mais!

See you!