(Brisbane – Queensland)
Diário de
bordo 22
Lembra quando
comentei outra vez que tive um dia de rei? Acordei com outro dia de rei.
Após ter
chegado do trabalho no domingo a noite e ter feito uma conferência com minha
família via skype enquanto eu cozinhava algo pra eu comer, não sei se prestei
muita atenção nas datas de validade dos alimentos. Na verdade, não prestei
atenção nenhuma, pois acordei mal pra caramba. Tanto, que nem consegui
trabalhar na segunda.
Esse é o
problema de ter que gerenciar tantas coisas sozinhos. Temos que saber ate o que
compramos e criar vergonha na cara na hora certa pra poder jogar fora e não
comer comida estragada. FODA!
Como eu ainda
estava esperando o meu visto chegar, eu precisava já dar um jeito em uma nova
situação: meu vôo de volta. Como o meu vôo estava programado para o dia 27 de
março, eu precisava transferí-lo ou conseguir outro bonus qualquer pra não
perder a passagem. Como eu estava pedindo o visto pra mais nove meses e isso
passaria mais de um ano desde que cheguei aqui, eu perderia o prazo de
remarcação. Daí, depois de muita conversa que a Alice teve com o atendente da
Qantas, perdemos a paciência, pois tem horas que eu acho que esse povo daqui
não sabe pensar ou agir de forma mais eficiente. Mandei a p*** que p**** e
resolvi ligar o foda-se. Nova meta agora é achar outro vôo que me leve de volta
ao Brasil. Agora era só esperar o meu visto chegar pra poder programar meu
retorno.
Como o tempo
melhorou desde sexta-feira anterior e meus dias de folga estavam por vir, o
melhor que eu tinha a fazer era programar mais lugares pra visitar, uma vez que
eu já estava com a minha máquina fotográfica nova na mão e os dias prometiam
ser de tempo aberto e muito sol. Maravilha! Porém…
Como fiquei
mal a segunda-feira toda, eu passei mais tempo entre cama e banheiro que
qualquer outra coisa. Por isso, acabei dormindo nesses intervalos. Não consegui
dormir à noite e só fui apagar novamente às 6h da matina. Acordei as 14h e
resolvi sair de casa e curtir o resto de sol que me sobrava. Fui me encontrar
com a Mélanie pra gente tomar um café da tarde, pois havia um tempo que não nos
víamos e visitar o pessoal da Browns, pra ver se ainda tinha alguém que
conhecíamos por lá. O que constatei que ainda havia pessoas conhecidas, mas a
grande maioria é de novos estudantes. E adivinha o que tinha mais? Não. Não
eram brasileiros. Eram Asiáticos! Eles aparecem em progressão geométrica.
Saímos da
Browns e foi de companhia com a Mél até a casa dela, pois havia resolvido dar
um passeio. Há muito tempo não fazia um tempo bom desse jeito. E tomar um ar
fresco depois de ficar 5 dias em casa e trabalhando era muito melhor que passar
mais um dia sem fazer nada em casa, apesar de ainda estar em recuperação do dia
anterior.
À noite, uma
confraternização de leve entre housemates: eu, Jéssica e Jorik. Uma vez que não
temos a casa do mesmo tamanho que tínhamos antes, o melhor a fazer é ir pra
porta de casas, onde é cheio de bares e restaurantes. Uhhuuuu!!!
Tentei dormir
novamente e não consegui. Tanto que fiquei acordado a madrugada toda e vi o sol
nascer novamente. Daí, resolvi que ia pra Mooloolaba. Além de ir pra conhecer
uma nova praia em Sunshine Coast, costa que ainda não explorei muito bem, faria
uma visita às minhas duas novas amigas, Soledade e Haryella, que em breve será
housemate também.
Mandei
mensagem pra elas e parti cedo pra lá. É ótimo que o sistema de transporte
publico aqui funcione, mas pra chegar lá demorou bem um bocado; umas duas horas
de trem. Mas, valeu a pena, pois o lugar é alucinante de bonito. Me lembrou bem
umas praias de interior no Brasil, onde tem uma parte comercial bem pequena,
ruas largas, grande espaço entre as casa, área verde preservada, enfim… bem
cara de interior mesmo.
Passamos por
Maroochydore e fomos até Alex Head Beach, onde rola mais picos pra surf. Mas,
não pratiquei dessa vez não. Fiquei só na area mesmo conversando e tomando um
sol.
Em seguida
fomos dar uma caminhada por Mooloolaba. Vi que na beira da praia tem várias
áreas para churrasco. Assim como já comentei em outros diários de bordo que em
Brisbane temos parques com áreas para churrasco e a gente tem um que usamos
muito, lá em Mooloolaba eles têm na praia. Puxa!!! Outra vida!
E pra
finalizar o dia de praia, fomos tomar uma cerveja num barzinho perto da Marina,
onde ficam vários barcos dos moradores da cidade.
Apesar das
meninas tentarem me convencer de ficar por lá pra poder sair à noite em
Sunshine Coast, eu precisava voltar pra um churrasco que já estava programado
em Brisbane. Então, peguei um dos últimos ônibus que saia de lá à 18h50 direto
pra estação com o ar condicionado ligado no máximo. E essa hora já não estava
calor mais. Não entendi o porque de tão frio dentro do busão. Cheguei na
estação e o próximo trem só sairia em 1h40. Daí descobri que tinha outro ônibus
que sairia em 10 minutos e levaria até outra estação. Mais um ônibus com ar
condicionado no máximo. Nem com minha blusa de frio estava adiantando. E como
eu estava virado sem dormir, eu apagava em cada ônibus que eu tinha que entrar.
Daí, quando chegamos na outra estação, o motorista me acordou e disse que eu
tinha que descer ali. Nesta estação eu tive que esperar mais 40 minutos para
que o próximo trem expresso passasse e me levasse até a estação do Roma Park,
onde estava acontecendo o churrasco. Dormi de novo, mas não perdi o ponto. O
trem, apesar de quase vazio, também estava com o ar no máximo. O QUE ESTA
ACONTECENDO COM ESSE POVO??? De onde tiraram esse calor todo, gente?!
Resultado:
desci em Brisbane com uma garoa de leve e minha voz quase sumindo. Quando
cheguei no churrasco, que quase todo mundo já tinha ido em bora, não tinha
jeito de ficar sem conversar, né?! Quando cheguei em casa eu esta sem voz
nenhuma. Só conseguia me comunicar sussurrando.
Depois disso,
fiquei gripado e só conseguia saber de tossir.
Acordei e vi
que tinha uma mensagem nova no meu e-mail. VISTO RENOVADO!!!! Aeee!!!!! Mais
nove meses na Australia. Programação nova, novas aventuras, novas experiências,
mais novas amizades, TUDO NOVO! Brasil, te vejo de novo em Dezembro.
Ainda na
quinta-feira, como eu tinha combinado de ir pra Gold Coast pra visitar o Cesar pra sair com ele e sua namorada Helenita, na quinta-feira, e dormir por
lá, eu tentei ficar melhor. Mas a semana não estava a meu favor no quesito saúde.
Foi então que tive que ficar em casa, repousar, pois a final de contas, na
sexta a labuta ia começar de novo. O trabalho me chama e eu precisava de mais
grana, uma vez que já não tinha trabalhado na segunda.
Como fiquei
muito tempo em casa, tive tempo pra ficar pensando em várias coisas. E a
primeira delas foi sobre o fato de que muitas pessoas às vezes escolhem vir pra
cá ou fazer uma viagem como esta com mais alguém de companhia. O que é ótimo
pois sempre sentimos falta de casa, dos amigos e principalmente da família. Ter
alguém conhecido por perto é ótimo. Mas eu escolhi vir sozinho, ter minhas
experiências e aprender a me virar por mim mesmo. Fiz ótimos amigos sem ao
menos ter alguém pra servir de intermédio. Claro que aos poucos os
intermediarios vão surgindo. Mas não poderia ficar me poupando de continuar
fazendo coisas por mim mesmo sem esperar ajuda ou companhia, sendo que fui eu
que escolhi vir sozinho e muitas das vezes estarei sozinho para fazer
determinados passeios. Então, o melhor a fazer é relaxar, melhorar e aguardar
pra poder aproveitar e planejar minhas novas atividades.
Uma outra
coisa que estava me intrigando era o fato de que várias pessoas, brasileiros,
haviam me perguntado se sou Carioca. É claro que quem perguntou isso não era do
Rio. Até porque eu sei que não tenho sotaque carioca. Mas foram várias pessoas
perguntando sobre isso. Fiquei de cara. Pensei: ‘Será que estou perdendo meu
sotaque Mineiro?’. Poxa…isso seria um absurdo! Pois tenho maior orgulho do meu
sotaque. Até que me disseram que quando estamos aprendendo uma nova língua e
acabamos por mudar um pouco a entonação das nossas vozes pra poder aperfeiçoar
a pronúncia de determinadas palavras, vamos mudando um pouco a forma de comos
falávamos em nossa língua materna. Bom…pode ser pura conversa fiada ou
realmente isso acontece. Só sei que quando eu voltar vou ter que fazer um intensivo
de Mineirez novamente.
E no final de
semana, como eu estava me recuperando da gripe, não fiz nada de novo. Só
trabalho, cama e cobertor.
Próximo Diário
de Bordo tem mais!
See you!
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