(Brisbane – Queensland)
Diário de bordo
21
E não é que a
semana começou com coisas novas pra contar mesmo. E não…não era o tempo, pois
nada tinha mudado ou dava caras de que iria mudar. Mas, recebemos uma nova
moradora na casa, uma paulista com cara de mineira, pois chegou toda calma e
com uma fala bem mansa, mas com um sotaque tipicamente paulista. A Graciane
veio pra casa para ser a segunda membro mulher e fazer um pouco de companhia
pra Jéssica que estava no meio de 5 homens. Hahaha!
Como na semana
anterior já havia aplicado meus documentos e todas as informações necessárias
para a imigração, eu estava ansioso pra poder receber uma resposta e a cada som
de nova mensagem na minha caixa de e-mail eu corria pra saber o que era. No
final da tarde, recebi a resposta. Eram mais precisamente 16h50 quando li e vi
que eles estava querendo me dar visto de 1 ano, ou seja, até março do ano que
vem. “NÃO!” Pensei. Final do ano quero estar com minha família e passar as
festas de final do ano no Brasil. Daí a imigração me pediu uma correção de
dados referente a suporte financeiro, para comprovar que eu tinha condições de
me manter aqui por tempo suficiente, pelo menos pelo temp que eu estava
querendo.
Como meu visto
já estava quase pra expirar (dia 24/03), eu precisava ter enviado minhas
informações o quanto antes mesmo, pois a imigração permite que o estrangeiro
permaneça na Austrália por tempo indeterminado enquanto estas informações estão
sendo analisadas e mesmo que eu tenha que continuar corrigindo as informações,
até o veredicto final deles. A cada nova resposta que me dão, caso eu tenha que
fazer alguma correção, eu tenho 28 dias pra poder responder. Caso isso não
ocorra, eu sou “convidado a me retirar do país”, pois eu passaria a ser um
ilegal por aqui.
Após o
vencimento do visto chamado student visa,
eu vou entrar em um outro que se chama bridging
visa, que é como se fosse um “visto de ponte”, só enquanto ainda estou em
trâmite com a imigração. Mas, não posso sair do país sem uma autorização.
Enquanto isso, vou ficando até eles resolverem minha vida aqui.
No dia
seguinte, acordei um pouco ansioso e preocupado, dessa vez com minha mãe. O
problema de estar longe de casa é que quando coisas importantes acontecem você
não tem a opção de pegar um carro e estar perto, como assim que você quisesse
fazer isso. Minha mãe estava pra fazer uma cirurgia e eu aqui, do outro lado do
planeta, há 13 horas de diferença… Portanto, após termos conversado na noite
anterior, eu havia prometido a ela que iria emu ma igreja e rezaria pra dar
tudo certo. Como ela sempre vivia me pedindo pra ir na igreja, resolvi sair
sozinho e procurar. Na verdade achei várias igrejas, mas várias delas fechadas.
Até que em uma delas tinham dois senhores conversando em um jardim pertencente
a igreja e perguntei se esta era católica e se tinha alguma igreja aberta por
aquela hora, entre 16h e 17h. Na verdade acabei descobrindo que no centro da
cidade só tinha uma igreja católica e que sim, estava aberta. Após ter rodado 1
hora procurando de igreja em igreja, achei a que eu precisava. Linda por dentro
e por fora, toda de pedra. Lá dentro tinha alguém tocando um órgão de tubos, o
que me inspirou pra praticar um pouco a minha espiritualidade.
Saí de lá
renovado e confiante de que tudo daria certo pra ela.
Mas a noite,
fiquei de ir com a Jéssica na festa de despedida de uma das melhores amigas
dela, a Laura. Uma australiana maluquinha que não ligava pra opinião alheia e
que prometeu fazer uma festa de despedida bem louca. Bom, era meu dia de folga
mesmo e eu havia prometido pra elas que eu iria.
Sabe aquelas
festas que a gente vê em filmes, quando tiram a mobilia e mesmo assim o espaço
fica apertado devido a quantidade de pessoas? Foi mais ou menos assim. Mas a
casa era pequena mesmo. Num espaço de apenas 25 m2 tinham mais ou
menos umas 30 pessoas. Todo mundo pintado e apesar de ter várias
nacionalidades, a maioria era australiano. O melhor foi me ver naquele meio
junto com a Jéssica e o Jorik, que também foi e se divertiu pra caramba. Tanto
que quase se esqueceu de voltar pra casa pra ir trabalhar cedo na manhã
seguinte. Hahaha! Achei muito legal estar ali, pois foi a primeira festa nativa
que participei. E realmente, eles bebem muito. Até caírem no chão. Legal foi
ver que mesmo com barulho e muita gente diferente, consegui me comunicar super
bem com todos eles. Quero mais amizades com Australianos, pois além de saberem
organizar festas, são completamente loucos e quando você os conhece através de
outros autralianos, são super bacanas!
Quarta-feira
eu acordo com o compromisso de encontrar a Soledade e sua amiga que está pra
mudar pra Brisbane. A Sole é, na verdade, amiga de uma amiga minha que só a
conheci pelo facebook até então. A Rafaela é que veio me dizer há um mês atrás
que tinha uma amiga aqui e que a gente tinha que se encontrar. Então, como a
Sole estava em Brisbane pra poder ajudar a amiga a distribuir os primeiros
currículos, a fim de já vir pra cá com meio caminho andado, combinamos de
almoçarmos, nos conhecermos e falar um poucos sobre Brisbane.
Ao final do
almoço, como vi que nenhuma delas conhecia nada daqui, já que moram em Mooloolaba
que fica em Sunshine Coast, resolvi tentar ajudar um pouco mais. Antes de nos
despedirmos, a Haryella, amiga da Sole, decidiu que quer ficar com a última
vaga que temos na casa. Bom pra ela, pois vai ser um problema a menos pra se
preocupar e bom pra gente da casa, que teremos uma mulher a mais, o que vai dar
uma equilibrada, e ainda preencheremos o quarto vago.
Em seguida fui
na loja onde comprei minha máquina fotográfica, pois havia recebido uma ligação
de um dos atendentes dizendo que ela já estava pronta pra ser entregue
novamente. Lembra quando eu mencionei que eu ia comprar uma máquina
fotográfica? Então, isso foi em novembro. Comprei a máquina e um mês atrás ela
deu um problema. Pra ser bem sincero, eu só comprei essa máquina pois era uma
Nikon. Pra quem não sabe, Nikon é uma das melhores marcas de máquinas
fotográficas que existe. Mas não comprei daquelas que tem grandes lentres,
estilo profissional. Comprei uma compacta que é à prova d’água, com a intenção de
ir fazer mergulho na barreira de corais e tirar fotos lá em baixo. Então, uma
máquina dessa marca dar um problema com menos de 6 meses, só podia ter algo
errado. Tanto tinha, que a Nikon resolveu me dar outra. Zerada. Vou testar em
breve. Ponto pra mim. Sugestão: Nunca compre porcarias. Comprei coisa boa,
reconheceram o erro e o defeito (que por sinal disseram que nunca tinham visto
antes) e me deram outra novinha.
Na sequência,
como o tempo tinha dado uma melhorada de leve, mas ainda continuava bem nublado,
resolvi ir pra Gold Coast encontrar meu amigo César Benitez e conhecer a sua
namorada que veio passar uma temporada com ele. Peguei o trem e em 1h30 eu
estava lá. Foi ótimo sair um pouco de Brisbane, desse tempo que estava me
deixando quase louco pois não está dando pra fazer nada, e dar uma caminhada na
praia antes de sentar e tomar umas com meu grande amigo.
Passamos o
final da tarde e o princípio da noite conversando e tomando umas. Combinamos
que na próxima semana eu estaria lá novamente para sair com eles. Fui chegar
novamente em Brisbane só às 23h, e como parei na central, tentei ir direto no
Down Under pra ouvir uma boa música ao vivo. Mas…não estavam deixando mais
homens entrar. Acredito que já tinha muito marmanjo lá dentro. Melhor pra mim,
salvei dinheiro e resolvi passar na casa de uns outros brothers: Rodrigo,
Gabriel e Bruno, galera do 113. Passei pra bater um papo antes de ir embora.
Voltando pra
casa fiquei pensando em como aqui realmente é seguro. Fiquei conversando com os
caras até as 3h da madrugada e moro a 20 minutos da casa deles. No Brasil a
essa hora da madrugada não tem como andar se sentindo seguro e aqui já me
acostumei. Não encontrei ninguém no meu caminho e só alguns carros passavam.
Ruas desertas e mesmo assim super seguro. Você se sente tranquilo, sem medo nem
neuras. Fico só com um pouco de receio quando eu voltar e estranhar não ter
essa segurança novamente.
Na
quinta-feira, como o tempo piorou novamente, fiquei um bom tempo em casa.
Quando de repente recebi uma mensagem do Rob, amigo da Juliana, minha amiga que
mora em Sydney. Ele veio me dizer que bem provável vai ter um trabalho pra mim
por lá e que aguarda nova oportunidade pra gente se falar e conversarmos sobre
negócios. Poxa…deu uma animada legal! Pois na mesma hora me vi indo pra Sydney
e trabalhando por lá na minha área de conhecimento. Na verdade seria muita mais
uma experiência e aprendizado do que qualquer outra coisa. Mas isso me encheu
de ânimo pois ficar por aqui até o final do ano longe da família e melhores
amigos não vai ser nada fácil. Então…torcer agora pro trabalho sair mesmo!
Aee!!!
Fiquei tão
animado que até resolvi sair com a Velma, que tinha me chamado mais cedo. Até
não gosto muito do The Victory não. Principalmente na parte fechada, quando
começam a colocar todo mundo pra dentro por causa do barulho da parte aberta,
mas até que foi divertido. E no final, voltando com Sophian, Marisa, Velma e o
Coreano que nunca me lembro o nome, acabei ajudando um australiano a atravessar
a rua, pois estava mais louco que o Batman de bêbado e o cara foi seguindo a
gente até o ultimo ir embora. Acho que ele não chegou em casa até hoje.
Na sexta eu já
havia conseguido todos os meus documentos necessarios para responder à
imigração. Graças a ajuda do meu pai e do meu primo Marcelo. Documento enviado
e agora a segunda parte da ansiedade, aguardando a imigração eviar o segundo retorno.
Ahh....e só pra me sacanear de vez, o tempo resolve dar uma melhorada e o sol aparece novamente. AGORA! DEPOIS QUE O VERÃO ACABOU??? MUITÍSSIMO OBRIGADO! Mas...tudo bem. Acho que vai estar bom pra semana que vem e eu vou poder aproveitar na minha folga.
Após o
trabalho de sexta, resolvi que eu ia pro Valley tentar encontrar o pessoal que
tinha saído mais cedo. Eu só acabei meu trabalho às 2h da madruga. Mas com eu
já estava no traje pra sair, pois eu tinha ido trabalhar de chapéu, camisa
social preta, gravata preta, calça preta, colete e sapato preto, eu já estava
achando que era australiano, pois todos se vestem como querem aqui e f**da-se
moda. Na hora que cheguei no Valley, não dava pra entrar em quase nenhum lugar
mais. Então, sentei com alguns amigos em um bar e ficamos bebendo algumas até o
sol aparecer, uma vez que não vimos o sol raiar e ficamos rindo das pessoas por
lá.
Como cheguei
muito tarde em casa, dormi e só fui acordar muito tarde. Foi a conta de
acordar, comer alguma coisa e trabalhar de novo. No sábado eu não era ninguém.
Final da noite….cama!!! Pois no domingo seria a mesmíssima coisa.
A única
diferença do domingo foi que no final da noite, enquanto eu fazia algo pra
comer, tive uma reunião em família pelo skype, pois estavam todos na casa dos
meus pais e pude falar com todo mundo. Meus irmãos, meu cunhado e meus pais.
Saudade enorme de todos eles!
Semana que vem
tem mais.
See you!
amei sua semana!!!!!!!!! bjo, Gabi
ResponderExcluirTem sempre alguma coisa interessante acontecendo, né?! Rs! Beijão, Ga!
ExcluirRenatinho, vi umas fotos por aí da reunião em família! rs... divirta-se e aprenda muito por aí, tá? Por aqui, enxergamos só vultos hein... hehehe... beijoooooo.
ResponderExcluirHahaha....rachei de rir da sua filosofia aqui, Maria Cláudia. Pode deixar que não vou desaparecer não, viu. Um dia eu to de volta. Beijo!
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